Gilson Monteiro – Repórter
Entre as 40 escolas da rede pública estadual com problemas de estrutura física, segundo levantamento do Ministério Público Estadual, uma delas chama a atenção pela relevância histórica. A Escola Estadual Rocha Cavalcanti, em União dos Palmares, construída na segunda década do século XX (1928), em estilo neoclássico, está com boa parte da estrutura comprometida, ameaçando as salas de aulas que abrigam 641 alunos do ensino fundamental e médio. Com o telhado prestes a desabar, as aulas foram transferidas para outra escola estadual, a Monsenhor Clóvis, que trabalha superlotada.
Situado na mesma rua da Casa onde nasceu o poeta Jorge de Lima, o prédio poderá ser tombado pelo patrimônio histórico estadual, o que já foi feito com a residência do poeta. O secretário de Cultura do município, Élson Davi, disse que está fazendo a solicitação formal do tombamento à Secretaria de Estado da Cultura, e que o secretário Oswaldo Viegas já conheceu a Escola.
A reportagem de O JORNAL visitou o estabelecimento de ensino nesse final de semana, e constatou os problemas que constam de quatro memorandos enviados pela direção da escola à Secretaria de Estado da Educação. Já no portão de entrada, colunas com rachaduras são o cartão de visita para os turistas que costumam visitar a escola enquanto conhecem a terra, famosa pela Serra da Barriga. Há duas semanas, o teto da cozinha desabou, e por pouco não atingiu funcionários. Infiltrações são comuns em todas as salas, e instalações elétricas também estão comprometidas.
“O teto é forrado de PVC, e maquia os problemas do telhado. Mas uma pessoa já subiu para verificar e está tudo estragado, prestes a desabar. Inclusive na semana passada, a parede da cozinha, acima do teto de PVC, desabou. Quando chove tem salas que ficam alagadas, e temos que suspender as aulas. As infiltrações estão em toda parte. Ou seja, é impossível trabalharmos com o prédio nessas condições”, queixa-se o diretor da escola, George Sena. A própria direção da escola providenciou o reparo no forro da cozinha para evitar danos maiores.
“Depois do terceiro memorando que enviamos, veio um engenheiro fazer uma vistoria, mas muito superficial, sequer viu as condições do telhado. E, depois do laudo, nada foi feito. Encaminhados um quarto memorando e também não tivemos um retorno. Como podemos ver, o prédio está todo comprometido. Tivemos uma reforma em 2006, e por manutenção em 2007 e em 2010, mas, na situação que se encontra hoje, o ideal seria fechar e fazer uma reforma geral”, ressalta o diretor.
PASSEATA – Ainda esta semana, os alunos da Rocha Cavalcanti planejam ir às ruas em passeata, pedindo agilidade na reforma da Escola. “Estamos em outra escola, mas está complicado, com muitos alunos por sala de aula. Por isso os alunos estão se organizando para fazer uma manifestação, para que o governo reforme a escola para voltarmos ao prédio o mais rápido possível”, disse Ana Clara Pereira, aluna terceiro ano do ensino médio.
O JORNAL procurou a Secretaria de Educação para saber uma previsão da reforma da Escola. Segundo a assessoria de comunicação, a partir da próxima semana uma comissão iniciará uma série de vistorias nas escolas, e só depois de identificar os problemas é que serão iniciadas as reformas. Ainda segundo a Secretaria, aspectos históricos, como acontece no prédio do Rocha Cavalcanti, deverão ser considerados ao estabelecer prioridades na lista das escolas que passarão por reformas.
Fonte: http://www.ojornalweb.com/2011/08/16/uniao-dos-palmares-predio-historico-esta-entre-escolas-de-al-com-problemas-de-estrutura/
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